Finalmente chega aos cinemas
brasileiros a última animação feita sobre o guerreiro gaulês e sua trupe
enlouquecida
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Bonfilm
É impossível assistir a essa
animação e não se lembrar dos primeiros versos de Casemiro de Abreu no poema “Meus 8 anos”: “Oh! que saudades que tenho da
aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais!”.
Assim como eu, muitos adultos de hoje tiveram seu começo de vida pautada por
esse herói que resolvia seus problemas tomando uma poção mágica.
A imortal criação dos franceses Albert
Uderzo e René Goscinny nasceu nas revistas e ganharam as telas, mais
recentemente as telas de computador para dar vida aos personagens em uma de
suas mais polêmicas aventuras, afinal de contas, o texto dos anos 70 é mais
atual que nunca se olharmos o mundo que vivemos hoje.
Estreou no Brasil Asterix
e o Domínio dos Deuses (Belvision, Grid Animation, M6
Films, Bonfilm) uma visão quase dos dias de hoje sobre o êxodo e a
chegada de novos povos à Europa, até parece coincidência com o que acontece atualmente
no velho continente. No filme, o imperador romano Júlio César sempre quis
derrotar os irredutíveis gauleses, mas jamais teve sucesso em seus planos de
conquista. Até que, um dia, ele resolve mudar de estratégia. Ao invés de
atacá-los, passa a oferecer os prazeres da civilização aos gauleses. Desta
forma, Júlio César ordena a construção da Terra dos Deuses ao redor da
vila gaulesa, de forma a impressioná-los e, assim, convencê-los a se unir ao
império romano. Só que a dupla Asterix e Obelix não está nem um
pouco disposta a cooperar com os planos de César.
A animação chega com atraso no
Brasil, foi lançado na Europa em 2014 com um custo de produção alto, andou meio
escondido e tendo arrecadações que chegaram perto dos €30 milhões gastos. É muito diferente das técnicas utilizadas pela Disney
e Pixar
em relação à construção de cenários e personagens, é mais para um desenho
animado com tudo que tem direito, mas em compensação os americanos perdem no
roteiro retirado da excelente história publicada na revista do mesmo nome e
feito pelos dois gênios franceses.
Asterix e o Domínio dos Deuses
é para ser assistido com a família toda em 2D ou 3D, é leve, engraçado, tem a
inocência e a pluralidade cultural dos anos 70, avança em temas delicados sem
perder o charme e a essência mesmo durante as brigas e espancamentos do inimigo
romano. A saga não criou monstros nem homens violentos por acompanharem estas
aventuras gaulesas recheadas de pancadaria, o mundo está se tornando um lugar
de gente chata e com diretrizes estranhas, ainda bem que existe o Asterix
para nos salvar!
A gente se encontra na semana que vêm!
Beijos & queijos
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