Com uma atitude ousada, a Dpaschoal
promove um encontro para debater o impacto das oficinas automotivas no meio
ambiente
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Dpaschoal
Jogamos fora tudo o que nĂ£o
usamos mais, descartamos aquilo que jĂ¡ nĂ£o nos serve e estĂ¡ ocupando espaço, a
era do consumismo exagerado gera lixo e mais lixo e acaba lotando nossas casas
e nossa vida. Mas, onde Ă© o fora? AĂ Ă© que mora o problema, nĂ£o existe, apenas
criamos uma lixeira fora das nossas casas.
O planeta que vivemos estĂ¡
ficando cada vez mais cheio de lixo, rejeitos e, em um futuro prĂ³ximo,
morreremos soterrados no lixo que produzimos, afinal de contas, a natureza nos
dĂ¡ em fartura e devolvemos em resĂduos que, se nĂ£o tiverem uma destinaĂ§Ă£o
correta podem ocasionar o fim da civilizaĂ§Ă£o que conhecemos hoje, serĂ¡ a forma
mais cruel de sucumbir, até maior que uma guerra ou algum tipo inédito de
epidemia.
Todos devem fazer a sua parte,
governos, indĂºstrias e principalmente cada cidadĂ£o, devemos usar os recursos
naturais e os manufaturados com parcimĂ´nia, criar sim, apĂ³s seu tempo de vida
Ăºtil, uma forma de transformar em algo menos impactante e que seja possĂvel ser
reutilizado. Para se ter uma idĂ©ia, a Ă¡gua que cobre a maior parte do planeta
Terra Ă© a mesma que os dinossauros bebiam, nĂ£o tem nada de novo, a nossa casa
cĂ³smica nos ensina que Ă© possĂvel sim usar, devolver e reciclar, e por que nĂ£o
fazemos a mesma coisa com os rejeitos?
Foi com essa pegada ecolĂ³gica e
com a preocupaĂ§Ă£o com o futuro das novas gerações, que a Dpaschoal, uma empresa que nasceu em 1949 e prima pelas idĂ©ias
inovadoras (foi pioneira em oferecer em sua oficina a separaĂ§Ă£o de banheiros
para homens e mulheres!) promoveu o 1º encontro Dpaschoal sobre impactos
ambientais das oficinas automotivas, um debate com especialistas nas
questões do planeta, profissionais de imprensa, empresĂ¡rios e promete ser um
grande pontapĂ© inicial na forma como encaramos o descarte, em todos os nĂveis e
graus de importĂ¢ncia.
Empresas parceiras da Dpaschoal jĂ¡ tĂªm uma atitude mais
positiva neste sentido, seja pela força da lei ou por iniciativas prĂ³prias, todos
se preocupam em dar a destinaĂ§Ă£o correta para os produtos que elas produziram e
chegaram ao fim da sua vida Ăºtil.
Um exemplo Ă© a Johnson Controls, fabricante de baterias para carros, motocicletas
e estacionĂ¡rias, resolveu inovar criando o programa mundial Ecosteps, que consiste em retirar as
baterias velhas de circulaĂ§Ă£o, separar seus vĂ¡rios elementos, dar a destinaĂ§Ă£o final
para os inaproveitĂ¡veis e reciclar tudo o que for possĂvel, neste caso
especificamente, 99% de uma bateria pode ser reaproveitado.
A grande colaboraĂ§Ă£o
da empresa Ă© que, mesmo de outras marcas, a Johnson Controls retira dos depĂ³sitos e lixões as baterias
descartadas e faz a correta reciclagem.
Outra empresa que também leva
muito a sĂ©rio o problema de descartes tĂ³xicos Ă© a Lwart Lubrificantes. Por meio de uma rede de coleta que tem 16
pontos no Brasil, 350 veĂculos e uma capacidade de rerefino de 230 milhões de
m³ de Ă³leo mineral, a empresa garante o retorno de 70% do Ă³leo lubrificante para as
indĂºstrias petroquĂmicas, que volta para os motores de carros, caminhões e motos.
Outro individuo que Ă© uma
tremenda dor de cabeça para o meio ambiente, é o pneu. Depois que terminada sua
vida Ăºtil, o seu descarte e sua destinaĂ§Ă£o Ă© mais difĂcil devido ao processo
pelo qual ele Ă© fabricado, mas existe uma soluĂ§Ă£o menos impactante e que faz
com que o aproveitamento de seus resĂduos seja melhor para todos.
A Mazola Ambiental Ă© uma empresa voltada
a dar a destinaĂ§Ă£o correta aos pneus naquele ponto em que ele nĂ£o serve mais
para rodar. Cerca de 30% do pneu Ă© reutilizĂ¡vel durante sua vida Ăºtil, os
outros 70% atingiram seu limite ou foram vitimas de acidentes que comprometeram
a estrutura, e Ă© aĂ que entra a empresa. AtravĂ©s de um processo prĂ³prio, os pneus
velhos sĂ£o triturados e dĂ£o lugar a novos objetos ou sĂ£o reciclados e voltam
para a indĂºstria.
Durante o debate com os
representantes de cada empresa, eu questionei o fato de que, apenas os
fabricantes de acessĂ³rios sĂ£o responsĂ¡veis pelo destino final dos elementos que
eles fabricam, mas nunca as montadoras de automĂ³veis, caminhões e motocicletas,
elas na verdade nĂ£o tem a responsabilidade de dar uma destinaĂ§Ă£o final ao seu
produto, quando chega ao fim da vida.
No Brasil nĂ£o existe legislaĂ§Ă£o para
isso, mas uma montadora faz o trabalho de desmontadora, é a Mitsubishi Motors, que segundo informações dos representantes,
retira dos pĂ¡tios e depĂ³sitos os seus veĂculos sinistrados e promove um
desmanche interno, dando assim uma destinaĂ§Ă£o final ao produto que ela colocou
no mercado. É uma atitude louvĂ¡vel e que deveria ser seguida pelas outras
empresas que colocam seus veĂculos em circulaĂ§Ă£o no Brasil ,
quem sabe este primeiro passo nĂ£o incentive os prĂ³ximos dados por eles?
Por fim, a mensagem da Dpaschoal serve de alerta para os empresĂ¡rios
de todos os setores da economia. A empresa tem um foco muito especĂfico na reduĂ§Ă£o
do consumo desnecessĂ¡rio, Ă© uma mudança conceitual e de muita responsabilidade
social, evita que o cliente gaste sem precisar e garante o aparecimento de uma geraĂ§Ă£o
mais voltada para a economia de necessidade e nĂ£o no consumismo desenfreado e
sem sentido.
Gostamos muito de dizer que este Ă©
o planeta que herdamos dos nossos pais e que devemos consertĂ¡-lo para nossos
filhos, mas a frieza dos nĂºmeros mostra que atĂ© 2001, o Brasil havia produzido
24 milhões de automĂ³veis e que em 2015 esse nĂºmero chega aos 50 milhões.
Nossos
pais nĂ£o tĂªm culpa, nĂ³s somos a causa e o efeito, portanto, temos sim que nos
conscientizarmos que a nossa casa precisa de reforma, nĂ³s temos que fazer a diferença,
começar a mudar hĂ¡bitos e atitudes, focar mais no eu preciso e menos no eu
quero e ter a certeza que, com isso, vamos mudar o futuro. A Dpaschoal jĂ¡ deu o passe, vamos juntos chutar para o gol!
















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