Baseado no best-seller de John Green, o filme retrata o amadurecimento de meninos e meninas nos dias de hoje

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: FOX

Quem nunca se apaixonou pela pessoa que mora ao lado? Quem nunca sonhou em viver uma tĂ³rrida histĂ³ria de amor com seu nĂ£o-parente mais prĂ³ximo? Seja na escola ou na rua, a mudança da infĂ¢ncia para a adolescĂªncia tem sempre como primeiro objetivo amar quem estiver mais perto.


Alguns romances engatam uma continuidade, acabam virando casais e aĂ­ seguem a vida ou parte dela, como amados e amantes. Outros ficam apenas na lembrança, nĂ£o acarretam nada de especial na vida de ninguĂ©m e servem apenas para se lançar ao inĂ©dito mundo da paixĂ£o. A maior parte Ă© assim, a gente se apaixona, nĂ£o Ă© correspondido e a vida segue, em alguns casos, nem lembramos por quem nos apaixonamos nesta fase da vida.


Sempre foi e dificilmente nĂ£o serĂ¡ assim, Ă© do ser humano ter estas reações na fase mais complicada da vida, quando caem os dentes de leite e começam a chegar os definitivos, aqueles que vĂ£o te garantir o sorriso atĂ© o fim da vida. As meninas chegam primeiro a estas conclusões e transformações, jĂ¡ os meninos tĂªm uma dura viagem a percorrer, o mundo Ă© realmente das mulheres.


Como uma adolescente que atinge a maioridade antes dos seus colegas meninos, estreou no Brasil e sĂ³ no fim do mĂªs no resto do mundo, Cidades de Papel (Temple Hill Entertainment, 20th Century Fox) uma histĂ³ria sobre amadurecimento, centrada em Quentin (vivido pelo mĂºsico e ator Nat Wolff, o Isaac de A Culpa Ă© das Estrelas) e em sua enigmĂ¡tica vizinha, Margo (interpretado pela feia-gostosa Cara Delevingne, a Princesa Sorokina de Anna Karenina), que gostava tanto de mistĂ©rios, que acabou se tornando um.


Depois de levĂ¡-lo a uma noite de aventuras pela cidade, Margo desaparece, deixando para trĂ¡s pistas para Quentin decifrar. A busca o coloca, junto com seus amigos, em uma jornada eletrizante. Para encontrĂ¡-la, ele deve entender o verdadeiro significado de amizade – e de amor.


Ambos, na verdade, formam um casal improvĂ¡vel, ela tem toda a maluquice das meninas de mente aberta e ele Ă© um nerd daqueles que irritam atĂ© os parentes, mas que tenta, sem saber como, amar quem estĂ¡ mais perto e nĂ£o tem nada a ver com seu estilo de vida.


Os atores sĂ£o corretos nas suas interpretações, eles tĂªm pouca idade e certamente acabaram de passar por esta tumultuada fase da vida. O roteiro do filme, e confesso que nĂ£o li o livro, tem alguns lapsos de tempo meio inexplicĂ¡veis, se fizermos as contas, vĂ£o sobrar dias e noites em meio Ă s idas e vindas.


É um tema complexo e com uma direĂ§Ă£o fraca de Jake Schreier, mais conhecido pelos comerciais e vĂ­deo clipes que dirigiu e pelo destaque que conseguiu em Frank e o RobĂ´. Na verdade ele apenas conduz os personagens na leitura do texto, nĂ£o compromete o produto final, mas certamente poderia ter um pouco mais de coraĂ§Ă£o em cenas onde o amor estĂ¡ no ar.


Cidades de Papel Ă© um filme feminino, elas dĂ£o as cartas o tempo todo, embora os garotos tentem, a palavra final Ă© sempre delas. É um tema adolescente onde os pais tĂªm uma participaĂ§Ă£o pouco contundente, apesar de alguns diĂ¡logos mais Ă¡speros, como deixar pra lĂ¡ um filho que nĂ£o se encaixa em seus padrões de criaĂ§Ă£o.


Vale muito a pena conferir, se vocĂª gostou de A Culpa Ă© das Estrelas certamente vai se deixar envolver com o tema, apesar de nĂ£o ser triste nem piegas, tem diĂ¡logos engraçados e, para os mais velhos, traz a lembrança dos tempos de escola, olhar sem poder tocar e querer sem saber como. Coisa de adolescente.


A gente se encontra na semana que vĂªm!

Beijos & queijos

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