O novo filme de Pierce Brosnan
revive os velhos tempos do espiĂ£o e tem bons momentos nas cenas de aĂ§Ă£o
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Playarte
De todos os 007 que apareceram na
tela, esse Ă© seguramente o mais versĂ¡til de todos, pois suas incursões pela
sĂ©tima arte vĂ£o desde um matador atĂ© um cantor em filmes Ă¡gua com aĂ§Ăºcar.
Talvez essa versatilidade tenha custado a esse ator irlandĂªs um maior
reconhecimento do pĂºblico em geral e algumas centenas de milhares de libras a
menos no orçamento.
O importante nesses casos Ă© nunca
desistir, agarrar com unhas e dentes projetos que possam, de alguma forma,
manter viva a chama criadora e colocar na tela todo o talento para o qual foi
moldado em todos esses anos de estrada. NĂ£o se trata de um cara jovem, mas
podemos dizer que esse sessentĂ£o tem ainda muita lenha para queimar. EstrĂ©ia
nessa quinta-feira feira nos cinemas brasileiros November Man, Um EspiĂ£o Nunca
Morre (Das Films, Envision Entertainment, Irish
DreamTime, Playarte) um filme de aĂ§Ă£o que vai agradar a todos que gostam
do gĂªnero.
No longa, que Ă© baseado no livro “There
Are No Spies” de 1987, do falecido jornalista e escritor Bill
Granger, Peter Devereaux (vivido por Brosnan) Ă© um ex-agente
da CIA, que suspende sua aposentadoria na SuĂça para uma Ăºltima missĂ£o:
proteger uma testemunha-chave, Alice Fournier (onde Olga
Kurylenko continua absolutamente maravilhosa) que possui informações
sigilosas sobre a agĂªncia. A decisĂ£o o coloca no caminho
de seu antigo aluno David Mason (Luke Bracey, que faz o papel do Comandante Cobra em GI Joe:
Retaliation) em um jogo mortal que envolve oficiais do
alto escalĂ£o da CIA e o recĂ©m-eleito presidente da RĂºssia.
A direĂ§Ă£o do experiente
neozelandĂªs Roger Donaldson traz de volta aquela sensaĂ§Ă£o de cinema bem
feito dos anos 90, onde as cenas de aĂ§Ă£o sĂ£o tratadas com muito cuidado e
carinho.
A fotografia nĂ£o Ă© para ganhar Oscar®,
mas Ă© feita por um especialista, Romain Lacourbas (Busca
ImplacĂ¡vel 2, Carga Explosiva 3) e muito
bem editado pelo tambĂ©m neozelandĂªs John Gilbert (O Senhor dos AnĂ©is: A
Sociedade do Anel) que dĂ¡ o ritmo certo aos eventos, Ă s vezes
catastrĂ³ficos, Ă s vezes singelos, que o filme mostra em pouco mais de 1 hora e
40 minutos de exibiĂ§Ă£o.
Se puder colocar um senĂ£o no
filme, Ă© o fato de ele ter uma abordagem antiga, a estĂ³ria se passa
praticamente quando o livro foi escrito, em meio Ă guerra fria que dividia o
planeta em russos e americanos. Claro que a adaptaĂ§Ă£o feita pelos roteiristas Michael
Finch e Karl Gajdusek (Karl assina o bom Obivilion)
insere no contexto smartfones e outras novidades do nosso mundo atual, o que na
verdade Ă© um charme no resultado final, Ă© uma aĂ§Ă£o do passado vivendo nos dias
de hoje.
November Man, Um EspiĂ£o Nunca
Morre Ă© uma Ă³tima diversĂ£o, entretenimento puro, dĂ¡ pra torcer pro
mocinho e, por que nĂ£o, para o bandido. NĂ£o Ă© para a famĂlia toda, sua
classificaĂ§Ă£o Ă© de 14 anos, uma bobagem, pois os telejornais sĂ£o atĂ© mais
violentos e nĂ£o se tem com impedir que jovens e adolescentes assistam.
O filme tem todos os elementos
necessĂ¡rios para se gostar de uma excelente obra de aĂ§Ă£o, atĂ© porque nem sempre
o passar do tempo enferruja as engrenagens da vida, em muitos casos elas ficam
até mais azeitadas.
A gente se encontra na semana que vĂªm!
Beijos & queijos
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