Na Ăºltima etapa da MotoGP uma corrida para entrar para a histĂ³ria, jĂ¡ o GP Brasil deixou muito a desejar

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: MotoGP.com e F1.com

NĂ£o Ă© de hoje, jĂ¡ faz tempo que os novos talentos da MotoGP sĂ£o muito mais ousados que os da FĂ³rmula 1. Nesse fim de semana, aconteceram duas etapas distintas, a derradeira das motos em ValĂªncia e a semifinal dos carros em Interlagos. Valeu muito a pena acordar cedo para acompanhar as trĂªs categorias das duas rodas, mas nĂ£o valeu tanto a pena deixar o cochilo da tarde para torcer pelas quatro.


A coisa começou quente logo na Moto3. Foi uma corrida emocionante e cheia de alternativas, dois pilotos lutavam diretamente pelo tĂ­tulo e foi realmente uma batalha. Jack Muller e Alex Marquez largaram juntos, erraram juntos, se recuperaram juntos e cruzaram a faixa final separados, Muller ganhou e Marquez foi terceiro, o suficiente para o espanhol ser coroado campeĂ£o do ano na Moto3.


O Alex Ă© irmĂ£o mais novo do bicampeĂ£o da MotoGP Marc Marquez, deve ser a Ă¡gua que bebem, tanto um como outro tem a mesma tocada, a mesma frieza nas ações e sempre buscam o melhor resultado, para eles sĂ³ interessa a vitĂ³ria. Seja como for, daqui a dois anos mais ou menos, acredito que vamos poder vĂª-los juntos na categoria rainha, tĂ¡ bom pra vocĂª?


Na Moto2 o tĂ­tulo jĂ¡ estava decido em favor do tambĂ©m espanhol Esteve Rabat. O campeĂ£o fez uma corrida de campeĂ£o, dominou inteiramente seus adversĂ¡rios, apesar de ser incomodado durante metade final da corrida pelo suíço Thomas Luthi, que Ă© dedicado e aplicado, preciso como todos nascidos no paraĂ­so fiscal, mas nĂ£o tem o mesmo talento dos espanhĂ³is nas duas rodas.


Acontece que, a Moto2 Ă© o Ăºltimo degrau antes da MotoGP, e aqui brincar pode custar muito caro. Foi o que aconteceu com o espanhol, ele apontou na reta para receber a bandeirada e vencer a corrida, tentou empinar a moto, nĂ£o consegui e, como um raio, Luthi ultrapassou Rabat e venceu a etapa. Foi uma das maiores carimbadas de faixa que jĂ¡ vi na minha vida e nĂ£o me resta outra reaĂ§Ă£o: CHUPA RABAT!


JĂ¡ na MotoGP, fui testemunha de uma verdadeira aula do THE DOCTOR. Valentino Rossi Ă© o maior piloto de moto do mundo, sabe como ninguĂ©m trabalhar na tĂ©cnica e na tĂ¡tica para implodir seus adversĂ¡rios. Fazendo as contas, se o Marc Marquez nĂ£o estivesse correndo na categoria, o italiano seria o campeĂ£o do ano, colocando no bolso tanto Lorenzo quando Pedrosa.


Logo na largada, em que ele disparou na frente, nĂ£o deu a menor chance aos dois que lutavam com ele pelo vice-campeonato, dominou inteiramente a primeira metade da prova, atĂ©, claro, a chegada de Marquez que passou e foi embora. DaĂ­ veio a chuva, nem ele nem o campeĂ£o do ano trocaram de moto, coisa que Pedrosa tambĂ©m resolveu acompanhar. JĂ¡ Lorenzo, quis dar o pulo do gato, trocou a moto e voltou todo pimpĂ£o pra pista. Ele voltou e a chuva se mandou, passou a ser o mais lento de todos, voltou para os boxes e desistiu.


No fim, Marquez venceu, Valentino foi segundo e garantiu o vice-campeonato, colocou uma pedra na cabeça de Lorenzo e ambos partem para 2015 como favoritos a disputar o tĂ­tulo. JĂ¡ Pedrosa chegou ao fundo do poço, acabou em quarto no campeonato, atrĂ¡s do companheiro e das duas Yamaha, muito pouco para quem atĂ© outro dia era considerado favorito a brigar pela coroa. A MotoGP apaga suas luzes, infelizmente, mas podemos esperar uma nova temporada mais forte para os melhores, sempre.


JĂ¡ a FĂ³rmula 1 teve sua etapa em Interlagos, palco de grandes disputas e histĂ³rias de superaĂ§Ă£o para se vencer em um dos circuitos mais tĂ©cnicos da temporada. SĂ³ que nĂ£o. Foi uma corrida facilmente dominada pelos carros da Mercedes, restou aos outros correrem atrĂ¡s e tentar algo. HĂ¡ quem diga que achou o GP o mĂ¡ximo, disputadĂ­ssimo e outros que tais, mas na verdade foi uma disputa sonolenta, fraca e que deixou muito a desejar.


NĂ£o choveu, ninguĂ©m bateu, os pneus agĂ¼entaram atĂ© o fim e nem bandeira amarela foi agitada. Ainda acha que foi legal? A melhor coisa foi o Nelson Piquet tentando dar um beijo no Niki Lauda, isso sim Ă© sensacional!


Teve momentos de trapalhões, com o Hamilton quase sem pneus indo passear na Ă¡rea de escape e o pior de todos, talvez pelo fato do Massa ter se inspirado no seu sĂ³sia Zacarias, ele ultrapassou a velocidade limite dos boxes na hora de pagar a pena ele ainda errou a garagem. Mesmo assim chegou em terceiro, mostrando que nem nas trocas houve ultrapassagens. Foi uma corrida chata, ninguĂ©m esteve sob ameaça em tempo nenhum, quem chegou mais perto disso foi Hamilton, quase no fim da corrida.


Rosberg nĂ£o tinha nada com isso, fez muito bem para o que Ă© regiamente pago, venceu, diminuiu a diferença para o inglĂªs para 17 pontos e vai pra Abu Dhabi Ă  espera de um milagre: vencer e Lewis nĂ£o chegar em segundo. O meu palpite Ă© que o Lewis vence a corrida, leva o tĂ­tulo e ainda continua a conversa com a McLaren, parada por conta do fim do campeonato.


Eu volto na terça-feira, para falar um pouco mais de FĂ³rmula 1, afinal, Ă© o Ăºnico campeonato que resta esse ano, quem me dera poder falar de alguma coisa sobre o Brasil, mas infelizmente aqui automobilismo e motociclismo nĂ£o existem.


A gente se encontra na semana que vĂªm!

Beijos & queijos

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